Montado em seu cavalo, um rico fazendeiro dirigia-se à cidade como fazia freqüentemente, a fim de cuidar de seus negócios. 

Nunca prestara atenção àquela casa humilde, quase escondida no desvio da estrada e, naquele dia, experimentou a insistente curiosidade. 

Quem morava ali? 

Cedendo ao impulso aproximou-se contornou a residência e, sem desmontar, olhou por uma janela aberta e viu uma garotinha de aproximadamente dez anos, ajoelhada, mãos postas, olhos lacrimejantes. 





Ele então pergunta:

- Que fazes você aí minha filha?

- Estou orando a Deus pedindo socorro! Meu pai morreu, minha mãe está muito doente e meus quatro irmãos têm fome.

- Que bobagem, o céu não ajuda ninguém. Está muito distante. Temos que nos virar sozinhos.

Embora irreverente e um tanto rude, era um homem de bom coração. Compadecendo-se, tirou do bolso uma boa soma de dinheiro e entregou à menina.

- Aí está. Vá comprar comida para os irmãos e remédio para a mamãe e esqueça a oração.

Isto feito, retornou à estrada. Antes de completar duzentos metros, decidiu verificar se sua orientação estava sendo observada, mas para a sua surpresa, a pequena devota continuava de joelhos.

- Ora essa menina, porque não vai fazer o que recomendei? Não lhe expliquei que não adianta pedir?

Então a menina feliz respondeu: 

- Já não estou mais pedindo. Estou apenas agradecendo. Pedi a Deus e ele enviou o senhor.

Muita oração, muito poder.